O artista gramadense André Sartori foi homenageado com o Prêmio Trajetórias Culturais Sirley Amaro, o prêmio é uma iniciativa do Governo do Rio Grande do Sul.
Lançado no início do ano, o prêmio é entregue para profissionais gaúchos das artes que atuam nos segmentos de audiovisual, artesanato, artes visuais, circo, cultura popular, cultura viva, dança, literatura, música, teatro, memória e patrimônio e museus.
André Sartori iniciou sua trajetória em 2003, quando começou a desenvolver seu trabalho através de referências e pesquisas realizadas pelo seu pai, Adelmo Sartori, em meados da década de 90, com o nó de pinho. André aprimorou suas técnicas com as matérias nó de pinho, troncos e galhos.
Sua arte é feita com a madeira que consiste em transformar seu visual bruto em uma peça nobre, mantendo sobretudo, o aspecto original. Como princípio sustentável, Sartori optou por trabalhar com os resíduos deixados pela natureza, colhendo apenas as peças de nó de pinho que encontra já caídas no chão do campo, “não faço extração ou corte de árvores para produzir qualquer peça que seja e busco, dessa forma, criar uma extensão da vida das árvores“, afirma o artesão.
Nos dezoito anos de caminhada artística, André Sartori já integrou grupos e associações de artesãos, como a Casa das Artes, onde comercializa suas peças feitas com nó de pinho.
Seu trabalho já foi reconhecido no município em outras ocasiões, quando em novembro de 2016, com incentivo do Fundo Municipal de Cultura de Gramado, pai e filho realizaram o projeto cultural batizado de “Entre Nós”, onde uma exposição de grandes esculturas foi exibida no Centro Municipal de Cultura Arno Michaelsen e no Museu do Trem, na Várzea Grande. O título do projeto fazia menção ao nó de pinho e à relação entre André e seu pai.
André também ministra oficinas formativas e palestras falando da importância da ave Gralha Azul no processo de plantio da árvore Araucária, além de participar de feiras e exposições em galerias. O artesão acredita estar dando continuidade ao trabalho de seu pai, “pois o conhecimento dele passado para mim é um patrimônio cultural imaterial que posso passar para os mais jovens, alunos e pessoas interessadas nessa técnica de trabalho com o nó de pinho. São essas ações de continuidade que garantem o saber passado de geração a geração“, explica André.
André Sartori foi o primeiro e único artesão do município a receber a honraria. O nó de pinho, como sua matéria-prima, e a forma como explora essa riqueza, de forma sustentável, são razões para esse reconhecimento estadual.
As peças do artesão podem ser encontradas em diversas lojas da cidade, bem como na associação Casa das Artes. Devido à pandemia, Sartori intensificou suas vendas pelo meio digital, mais especificamente pelo perfil do Instagram @André_luis_sartori, onde divulga informações sobre exposição, venda das peças e curiosidades sobre seu trabalho.