Somos seres em evolução, caso contrário estaríamos ainda nas faixas mais primitivas do planeta e da espécie humana…
Para iniciarmos a nossa reflexão, uma pergunta precisa ser feita: por que é que temos tanta dificuldade em nos reconhecermos como seres em evolução, pois se já chegamos até aqui, sem sombras de dúvida vamos seguir evoluindo.
Por que cargas d’água nos achamos os protótipos da criação, os supras sumo do Universo, a última bolachinha do pacote?
Por outro lado, por que não conseguimos reconhecer e ver no outro, suas qualidades, suas dificuldades e com os mesmos direitos do ponto de vista de sua humanidade?
O que nos faz pensar que somos os únicos merecedores da felicidade e dos bens deste mundo, quando muitas vezes sequer fazemos jus a essa felicidade e a esses bens, pois que sabemos só ser possível usufruí-los, com a consciência tranquila, quando conquistados por nossos esforços e méritos.
Num mundo com tantas diversidades e disparidades, será que não conseguimos perceber a necessidade deste inter-relacionamento para nos completarmos e nos ajudarmos uns aos outros, portando ficando patente que devemos ser naturalmente solidários, sendo esse pensamento e ação egocêntricos, matriz geradora de todas as mazelas sociais.
Já passou do tempo de fazermos uma auto análise sobre quem somos de verdade e o que estamos fazendo aqui, pois do contrário seguiremos agindo com crianças, precoces em inteligência e infantilizadas emocionalmente, não querendo compartilhar seus brinquedos, seu lanche, outras vezes “pegando sem pedir emprestado”, para não dizer roubando o que pertence ao outro ou à sociedade.
Somos seres em evolução, caso contrário estaríamos ainda nas faixas mais primitivas do planeta e da espécie humana, e já chegamos até aqui, pois os cientistas sabem com relativa precisão que o nosso planeta se formou há cerca 4,5 bilhões de anos, e segundo o site História do Mundo: “do gênero homo, o primeiro hominídeo seria o homo habilis, que viveu há 2,4 a 1,5 milhões de anos, fabricando instrumentos grosseiros de pedra, além de desenvolver uma linguagem rudimentar. Do homo habilis teria descendido o homo erectus.”
“Também do homo erectus descendeu o homo sapiens, desenvolvedor de sofisticadas ferramentas, objetos de trabalho, linguagem muito bem articulada e uma diversidade cultural espantosa. Ele próprio acredita que descende tanto dos deuses quanto do homo erectus. Continua violento como seus antepassados. Surgiu há cerca de 120 mil anos e ainda hoje habita as cidades e os campos do mundo.”
Ou seja, apesar de muitas vezes não parecer, continuamos evoluindo, e mesmo como essa assimetria, essa diferença de evolução de uns para com os outros, o que mostra a necessidade dos que estão à frente ajudarem os que seguem na retaguarda, não dominando ou subjugando-os.
No Livro dos Espíritos, Alan Kardec falando da escravidão que ainda vigorava em meados do século XIX, pergunta aos Espíritos na questão 831:
A desigualdade natural das aptidões não coloca certas raças humanas sob a dependência das raças mais inteligentes? “Sim, mas para que estas as elevem, não para embrutecê-las ainda mais pela escravização. Durante longo tempo, os homens consideram certas raças humanas como animais de trabalho, munidos de braços e mãos, e se julgaram com o direito de vender os dessas raças como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro os que assim procedem. Insensatos! nada vêem senão a matéria. Mais ou menos puro não é o sangue, porém o Espírito.” (361-803)
Fica evidente que, além do desenvolvimento das faculdades intelectuais, necessitamos urgentemente aperfeiçoar as faculdades morais, vencendo a nossa egocentricidade, avançando na direção de um ser melhor, mais humano, espiritual e amoroso.
Para encerramos ainda do Livro dos Espíritos, nas Leis Morais, Kardec pregoniza:
Cabe a educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.
Um abraço e Que Deus nos abençoe.