O sentimento instintivo de um Deus criador está presente em todas as criaturas, tanto assim é que até nas raças mais primitivas existe essa crença.

Por outro lado, sabemos não existir povos ateus, ficando muito claro que a crença em um Ser Soberano está no íntimo do ser humano, a princípio em estado latente, e conforme evoluímos devemos fazer uma ideia mais justa desse Ser Superior.

No Livro dos Espíritos temos a seguinte citação: “A concepção de um Deus único não poderia existir no homem, senão como resultado do desenvolvimento de suas ideias. Incapaz, pela sua ignorância, de conceber um ser imaterial, sem forma determinada, atuando sobre a matéria, conferiu-lhe o homem atributos da natureza corpórea, isto é, uma forma e um aspecto e, desde então, tudo o que parecia ultrapassar os limites da inteligência comum era, para ele, uma divindade. Tudo o que não compreendia devia ser obra de uma potência sobrenatural. Daí a crer em tantas potências distintas quantos os efeitos que observava, não havia mais que um passo. Em todos os tempos, porém, houve homens instruídos, que compreenderam ser impossível a existência desses poderes múltiplos a governarem o mundo, sem uma direção superior, e, que em consequência, se elevaram à concepção de um Deus único.”

A crença em um ser divino é de todos os tempos, não foi ensinada por nenhuma religião.  O papel delas foi e continua sendo o de nos “religar” com esse Ser, pois esta é a origem da palavra religião, sendo que em algum momento nos apartamos dele, e num sentido moderno, esse termo passou a ser entendido como o conjunto de crenças do ser humano na existência do divino.

Incrivelmente alguns homens de ciência e de saber, deixemos claro que não são todos, e outros que se julgam detentores de algum conhecimento negam a existência de Deus, parecendo se sentirem  habilitados a criar e bem governar o Universo.

A origem do Universo até hoje é debatida e não serei eu, com a minha ignorância científica que vou levantar essa questão aqui, no entanto me utilizando de um axioma da própria ciência, que diz que para todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente, só um cego negaria uma inteligência suprema por traz de todas as leis e mecanismos que regulam a criação, manutenção e expansão dos universos, que essa mesma ciência hoje tem condições de comprovar.

Portanto, negar a existência de Deus é negar a nossa própria existência, pois o nada não cria nada, e falando da nossa espécie temos que convir que somos seres dotados de uma inteligência indefinida e um  senso moral  que nos distingue das demais espécies, destinados a cumprir um papel importante nesta mesma criação e reconhecer Aquele que nos criou.

O Deus antropomórfico, ou seja, com a forma humana, com nossas paixões e imperfeições, foi necessário na fase mais infantil da nossa evolução, porém hoje já temos condições de saber o que é esse Deus, pois segundo o Livro dos Espíritos, “Deus é a inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas.”

Para encerrar vamos citar a frase do filósofo iluminista francês François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire, que viveu de 1694  até de 1778: “Se Deus não existisse fora necessário inventá-lo’  para a felicidade do gênero humano.

Um abraço e fiquem com Deus.