Moradores das cidades de Canela e Gramado, na Serra Gaúcha, têm enfrentado uma rotina de constantes quedas de energia nos últimos dias. As interrupções, que coincidem com a chegada, neste início do mês de Julho de 2025, de uma intensa onda de frio na região, geram transtornos e preocupação para a população e o setor de turismo, fortemente dependente de um fornecimento elétrico estável.
A semana tem diversos relatos também de moradores com itens domésticos elétricos que queimaram ou estragaram durante as quedas registradas. Em Canela e canela a concessionária de luz responsável pela distribuição de energia elétrica é a RGE (Rio Grande Energia) que faz parte do Grupo CPFL Energia. A RGE atende 381 municípios do Rio Grande do Sul, e é a maior distribuidora do grupo em extensão territorial e número de cidades atendidas.
Segundo informações extraoficiais a causa dos problemas está diretamente ligada ao aumento expressivo do consumo de energia e devido ao frio intenso, o sistema acusou elevação do consumo de energia nos alimentadores que atendem a área urbana dos municípios, sendo necessário fazer manobras operativas de redistribuição das cargas.
No entanto, o problema pode ser mais profundo e estrutural, segundo apurou a reportagem. Os transformadores que atendem a região estariam operando em seus limites de capacidade. “Estamos com os transformadores trabalhando em seus limites, tentando achar o ponto destas estabilizações desde o início das quedas“, relatou um colaborador em anonimato.

A raiz do problema, segundo essas fontes, seria a falta de investimentos em infraestrutura para acompanhar o rápido crescimento imobiliário de Gramado e Canela.
Aumentar a capacidade dos equipamentos é uma tarefa complexa, que depende de planejamentos, levantamentos técnicos e custos elevados de obras, o que demanda um plano de longo prazo. Diante do cenário, surge a proposta de uma ação conjunta entre o poder público e a concessionária para necessária ampliação da rede de energia elétrica na região.
Para os consumidores, a situação é frustrante. “Nós consumidores pagamos e só pagamos, e cada vez mais alta a conta de luz. A RGE tem a obrigação de ter capacidade para esse aumento de consumidores, pois ganha mais, logo tem que oferecer mais”, afirma um morador que não quis se identificar. O sentimento geral é de que, enquanto as tarifas sobem, a qualidade e a confiabilidade do serviço não acompanham a demanda crescente de uma das regiões que mais se desenvolve no estado.