Uma célula de um grupo neonazista ligada aos Hammerskins, o mais violento grupo neonazista dos Estados Unidos, realizou encontros em Gramado e Canela. É o que apontam as investigações após a atuação da célula ser descoberta em Santa Catarina.
Segundo as investigações, comandadas pelo delegado Arthur de Oliveira Lopes, as reuniões em Gramado e Canela ocorreram entre 2019 e 2020. Oito homens foram presos no ano passado e indiciados por associação criminosa, racismo e apologia ao nazismo. Há cerca de um mês, todos foram soltos, com medidas cautelares, com a obrigação de uso de tornozeleira eletrônica.
O caso corre na Justiça Federal. Um americano era o elo do grupo brasileiro com os EUA, ele visitava o Brasil com frequência para interagir com os acusados. As investigações apuram também ligações com grupos extremistas da Europa.
Segundo revelou o delegado ao colunista Rodrigo Lopes, de GZH, para o encontro anual os membros escolhiam cidades com características europeias: além de Gramado e Canela, fizeram reuniões em municípios do Vale do Itajaí, além de São Pedro de Alcântara (cidade onde ocorreram as prisões no ano passado).
Os hammerskins utilizam o rock supremacista para cooptar novos membros. Durante os encontros fazem demonstração de rock internacional com letras racistas de bandas supremacistas e trocam sugestões de livros relacionados com à causa do grupo.
Ainda em entrevista ao jornalista Rodrigo Lopes, o delegado disse que o grupo brasileiro não estava envolvido em ataques a escolas, mas muitos dos membros tinham antecedentes criminais – um deles foi autor de duplo-homicídio e outro foi condenado por tentativa de homicídio contra judeus, por exemplo.