Cambará do Sul vive uma crise sem precedentes no Turismo. Primeiro impactado pela pandemia, depois pela diminuição do número de visitantes após a concessionária Urbia assumir e, finalmente, pelo período de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul.
Além disso, a péssima condição das estradas e acessos, falta de interesse público de visitação após o aumento dos valores dos ingressos, e uma comunidade, empresariado e gestores públicos revoltados, geram um clima de muita pressão na cidade que tem uma das vistas naturais mais bonitas do mundo.
Em setembro, a empresa Urbia, que ganhou a concessão dos parques Da Serra Geral e Itaimbezinho, anunciou a suspensão da Tiroleza do Canion Fortaleza, além de um aumento no valor do ingresso para R$ 102 reais por pessoa. As medidas causaram revolta.
Nesta semana repercute um pedido da concessionária Urbia. A notícia, trazida à público pela Prefeitura da cidade, é de que a urbia pediu o fechamento dos parques de Cambará do Sul.
Um ofício em forma de repúdio foi enviado pela Prefeitura ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do governo federal responsável pela concessão. O documento de repúdio cita o pedido como “absurso”, e que a comunidade inteira terá que “fechar as portas” e que o fechamento teria o efeito de “extirpar a cidade do mapa”.
O ICMBio confirma que recebeu a solicitação de fechamento mas não concorda e vai questionar formalmente a proposta da Urbia que quer um reequilíbrio financeiro.
Enquanto os batidores fervem, a economia local vive uma quebradeira sem precedentes, com empreendimentos fehando as portas e visitação quase zero de turistas na cidade que possui um dos santuários naturais mais impactantes do planeta.
Mesmo a concessão sendo federal o governador Eduardo Leite já informou que vai entrar nas conversações e negociações para impedir o fechamento dos parques. Ele deu como exemplo a concessão do Parque do caracol em Canela que hoje é considerado um modelo de sucesso com investimentos superiores do acordado pelo grupo Iter que asumiu o parque estadual canelense.
A Urbia não se posicionou publicamente sobre o tema. A reportagem não obteve retorno em sua tentativa de contato. O espaço segue aberto.