Sem a educação moral, continuaremos usando a inteligência para satisfazer o nosso egoísmo, em detrimento do próximo..
Somos seres humanos, num planeta repleto de desigualdades e mazelas, em grande parte patrocinadas pelo próprio homem, o que torna injustificável toda violação dos diretos humanos.
Na ‘Declaração Universal dos Direitos Humanos’, adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948, no Artigo 25 parágrafo 01, diz que: Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perdados meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
A pergunta que devemos nos fazer é, por que ainda não somos capazes de assegurar esses direitos à uma parcela significativa da população do planeta, sendo que 10%, mais de 800 milhões de pessoas passam fome no mundo, sem falar de outros direitos que não são atendidos?
Segundo estimativas recentemente realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo não possuem um lugar para viver, enquanto mais de um bilhão reside em moradias inadequadas.
Além da guerra na Ucrânia temos outros 28 conflitos ativos no mundo afetando milhões de outras pessoas, sem falar dos 83 milhões de refugiados, segundo o relatório o Relatório Semestral de 2021, o ACNUR estima que o deslocamento forçado global teve um aumento acentuado no final de 2020.
E no parágrafo 02, da mesma Declaração diz: Que a maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Sabemos que nossos governos, com honrosas exceções, ainda estão dissociados das reais necessidades de suas nações, porém, esses governantes já foram crianças, e aí perguntamos: Como será que foi a infância desses governantes? Que tipo de educação receberam?
Segundo Platão, discípulo de Sócrates, “a educação deve visar a testar as aptidões dos alunos para que apenas os mais inclinados ao conhecimento recebessem a formação completa para ser governantes. Essa era a finalidade do sistema educacional planejado pelo filósofo, que pregava a renúncia do indivíduo em favor da comunidade”.
No entanto só o conhecimento sabemos que não basta, pois muitos ditadores e governantes foram e são péssimos governantes, pois lhes faltou e falta, um senso moral capaz de levá-los a fazer para seus governados o que gostariam que lhes fosse feito.
Segundo Alan Kardec, codificador do Espiritismo, só a educação moral poderá reformar os homens, pois ela preconiza à reforma do caráter do indivíduo:
“Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as conseqüências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos”.
Sem a educação moral, continuaremos usando a inteligência para satisfazer ao nosso egoísmo, em detrimento do próximo, que segundo a parábola do bom Samaritano ensinada por Jesus em Lucas, Cap.10: Vers. 25 a 37, poderá ser qualquer um que precise do nosso apoio e solidariedade.
Um abraço e fiquem com Deus.