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Karen Dinnebier: EU AVISEI!

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Escuto esta frase com mais frequência do que me agradaria. As pessoas próximas usam esta expressão seguidamente.
Sou uma pisciana raíz, não nego.

Claro que as raízes brancas fizeram com que eu fosse menos impulsiva, mas não traio a minha essência, é mais forte que eu e quando vejo, estou fazendo novamente e o meu signo é sempre a desculpa perfeita:

– Eu avisei, não?
– Pois é, mas sou pisciana, mesmo.

Hoje escrevo para você que, assim como eu, uma pessoa comum, um filho de Deus, nesta canoa furada, remando contra a maré, não acredita em nada, só não duvida da fé. Tenho até esperança que existam capricornianos nesta lista!

Esta semana a coluna é para quem não consegue resistir quando está envolvida emocionalmente, para quem é difícil se distanciar da razão e ver a situação de maneira objetiva. Estamos juntos, e vamos discutir a relação.

“Futebol, religião e política não se discute.”

Eu, que nem sou tão apaixonada assim por esportes, conheço programas em todas as mídias que discutem futebol entre outras modalidades esportivas que nem sabia que existiam e aqui cito o programa da Rádio Clube, o Clube Esporte Clube, que eu adoro por questões totalmente racionais, pode crer.

E aí? Existe algum motivo racional para você torcer por um time? Foi uma escolha baseada em dados, História, técnica ou foi amor à primeira vista? Sinceridade leitores e lembramos que a exceção confirma a regra. Futebol é paixão. Usamos as informações para justificar a nossa escolha que é passional.

E todo o zodíaco discute futebol.

E a religião então? Existem duas linhas que se apresentam sobre a origem da palavra religião, mas a interpretação mais recorrente que encontrei foi a de que a palavra tem um significado de “ligação entre o eu/indivíduo com o divino/espiritual”.

Sendo assim, cada um escolhe o que faz mais sentido para a sua vida e, sendo assim, não se discute mesmo. Só cabe discussão quando estas escolhas, que devem ser individuais se impõem para a coletividade, porque aí a religião vira seita e a origem desta palavra não tem ligação com a da religião, pode pesquisar.

Uma escolha por algo que, pode não fazer sentido para muitas pessoas, faz para VOCÊ é a SUA religião e é só isso o que importa.

Não é se o cristianismo é melhor do que o budismo, o ponto é o que é melhor para VOCÊ, exclusivamente, e nenhum Estado ou grupo podem, ou deveriam impô-la.

A Constituição, que nada mais é do que uma “bíblia” do Estado, diz que ele é laico, assegurando assim o seu direito de escolha individual e que não deve ter ligação com a política. E assim chegamos ao último item do “Isso Não se Discute”.

Ao contrário de futebol ou da religião, política fala de escolhas que, embora sejam exercidas na sua individualidade, são coletivas.

E política está totalmente ligada à razão, à informação, à história, aos dados e aos fatos. Pouco tem a ver com as suas experiências individuais, pois para tratar deste assunto, precisamos conhecer a realidade de outras pessoas, de outro grupo além de meu.

Empresários têm de entender os trabalhadores e os trabalhadores têm de entender os empresários, ou seja, para propor políticas públicas é necessário que se amplie o campo de observação e tenha várias óticas sobre um problema, caso contrário, tu cobres a cabeça e descobre os pés, o que é comum. E aqui reiteramos a necessidade da capacidade de diálogo, uma característica vital na política.

No meio de uma crise é natural que as pessoas envolvidas estejam emocionalmente abaladas e por isso é tão imprescindível conhecer o que aconteceu em outros momentos semelhantes, seja na nossa sociedade ou em outra, para não deixarmos com que nossa emoção, ou o nosso campo de vista limitado interfira nas decisões.

História fala dos fatos e embora tenha sido ignorada, ela é valiosa porque nos ajuda a compreender detalhes da política, nos expõe situações que não teríamos conhecimento ou contato e também nos ajuda a não ter de trilhar os mesmos caminhos tortuosos já trilhados por outros e que não deram em um bom resultado.

Como diz um velho e bom ditado: “Se você planta alho, não pode esperar colher cebolas.” Se quiser um resultado diferente, não pode ter as mesmas atitudes que antes.

Por mais romântico ou apaixonado, política é uma ciência, de gente, mas é ciência. Então, se você é um apaixonado, seja pelo futebol, se acredita em algo, tem fé, escolha a religião, mas se for falar de realidade, de pessoas, se for usar história, informação (nunca fake ok, só trabalhamos com verdades), aí sim estaremos discutindo política, como deve ser discutida e exercida por todos, independentemente do seu time ou para quem você reza.

Se não conseguirmos separar cada sentimento no seu lugar, péssimas escolhas serão feitas e todos pagamos por elas, e aí, meu caro leitor, não dá para reclamar quando ouvir o “Eu Avisei”.

Por Karen Dinnebier
“Comecei a trabalhar aos 14 anos porque queria ser independente. Entrei na faculdade de Comércio Exterior, depois mudei para administração, mas pelo 5º semestre abandonei. Fiz Moda na Perestroika e atualmente curso Sociologia. Tenho apreciações diversas, interesso-me por assuntos variados e parei de tentar encaixar-me e passei a aceitar que sou assim, fora do padrão e movida pela paixão.”
Contato: karendinnebier@gmail.com

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