Como é difícil estabelecermos juízo de valor sobre muitas coisas e em se tratando de pessoas é mais complicado ainda. Falo das que conhecemos, pois o bom senso manda que nos abstenhamos de fazer qualquer comentário sobre aquilo que não conhecemos.
Quantas vezes nos arrependemos por termos comprado gato por lebre, porém o pior é que tem gente que anda por aí se gabando das suas, pois nem sequer se dignaram olhar dentro do saco, ou se olham, dão só uma espiadela, para não se decepcionarem.
Entendo que muitas vezes é necessário cair no conto do vigário para ficarmos espertos, mas já diz um ditado popular: errar é humano, mas permanecer no erro é burrice.
Sabemos que tem muita gente que se beneficia com isso, inclusive faz questão que nos mantenhamos na ignorância total para continuarem a “ditar as regras do jogo”.
Você ouviu falar dos “Veles Boys”? Para nos ajudar nesta pesquisa me socorri do blog. Pragmatismo Político, que diz como e por que adolescentes de uma cidade ao centro da Macedônia ajudaram a eleger Donald Trump impulsionando fake news contra seus adversários. A resposta é mais simples do que parece e, ao contrário do que muitos podem imaginar, ideologias e preferências político-partidárias não foram os principais motores.
Tudo aconteceu – e continua acontecendo em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, pelas mãos de outros atores – por “capitalismo“: o que seduz fabricantes de fake news é a possibilidade de ganhar dinheiro com o Google Adsense, sem precisar sair de casa.
A história dos Veles Boys, como ficaram conhecidos na imprensa internacional os jovens donos de portais de fake news pró-Trump, é uma lição ao eleitor brasileiro que costuma acreditar em tudo que lê na internet. As autoridades que ainda não descobriram o caminho “milagroso” para combater a produção de notícias falsas, também. Para o documentário veiculado pela Globonews, uma equipe de reportagem brasileira entrevistou um Veles Boy que, do alto dos seus 19 anos, expôs a facilidade e velocidade com que uma fábrica de fake news pode ser criada em tempos de Google e Facebook, com potencial de alcance em massa.
E o pior é que o conto do vigário continua sendo aplicado não só nas mídias, mas também no dia a dia, quando vendemos um gato para alguém jurando que é uma lebre. E aí, vai um gato aí?! Opa, quis dizer uma lebre…