A grande operação da Polícia Civil em Canela nesta segunda-feira, dia 8 de novembro, já resultou na prisão do presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Alberi Galvani Dias, o secretário de Obras do município Luís Cláudio da Silva e o interventor do Hospital de Caridade, Vilmar Santos e o afastamento dos cargos pela Justiça o secretário de Turismo Angelo Sanches, o secretário adjunto de obras Osmar Zangalli e um servidor comissionado.
A PC investiga um suposto esquema de rachadinha e de fraude em compras feitas pela Prefeitura de Canela.
Segundo o delegado Vladimir Medeiros, em entrevista ao site G1, as investigações começaram no início do ano, com a apreensão de material de construção em um sítio que seria de um ex-servidor comissionado da prefeitura que passou a prestar serviços de obras ao município.
Uma embalagem encontrada no local confirmou que a origem da carga era o Hospital de Caridade, que está sob intervenção do município.
“Inicialmente a gente tinha para apurar desvio de material que era do Hospital de Caridade do município que teria ido para uma obra particular de um servidor da prefeitura. Na verdade pra nós seriam pontos específicos de investigação, mas descobrimos um grande emaranhado, um esquema de corrupção muito grande, por parte do poder executivo e legislativo de Canela”, disse o delegado Vladimir Medeiros.
Com o avanço das investigações, a polícia descobriu um suposto esquema para fraudar obras feitas pela prefeitura, inclusive no hospital.
Mensagens de celular obtidas pela polícia e que são atribuídas aos investigados mostram como era feita a suposta fraude. O grupo acertava que uma determinada reforma seria contratada por R$ 26 mil. Assim, outras duas empresas, que seriam de fachada, apresentariam propostas maiores, de R$ 27 mil e R$ 29 mil.
“Na verdade, o grupo fazia orçamentos fraudulentos para vencer contratos com a prefeitura municipal, esses contratos passariam pela presidência da Câmara de Vereadores de Canela, sempre vencendo uma empresa do grupo, muitas vezes, empresas de fachada. Todo tipo de obras, obras menores, obras maiores, para a realização de construções, reformas e ampliações”, destaca o delegado.
A polícia também apura um suposto esquema de rachadinha que, segundo o delegado, arrecadava R$ 20 mil reais por mês de funcionários da prefeitura. Eles seriam obrigados a repassar ao partido MDB até 10% dos salários.
“Nós fizemos o acompanhamento no dia do pagamento do responsável pela coleta desses valores, e com eles conseguimos apreender valores em dinheiro, e também uma tabela de contabilidade, mês a mês, indicando o pagamento de cada um dos servidores. Esses pagamentos geravam de 5 a 10% dependendo do cargo a ser exercido”, relata.
A Polícia Civil deve conceder entrevista coletiva para elucidar os fatos.
Procurada pelo Acontece, a A Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Canela informa que: “Os advogados estão tomando ciência sobre os processos! A orientação que temos é de somente após estar por dentro dos processos, a Administração deve se manifestar”.
Os demais acusados também foram procurados mas até o momento não se manifestaram.