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Marcela Muttoni: Sinto Muito!

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O dado de que alterações no comportamento dos animais sinalizam, com horas ou dias de antecedência, eventos como os terremotos já era conhecido. Especialmente noticiada foi a disparada dos elefantes asiáticos para terras altas por ocasião do terremoto seguido de tsunami de 26 de dezembro de 2004. Muitas vidas humanas foram salvas graças a isso. Perturbações na ionosfera sobre a área ao redor do epicentro. Os elefantes sentem e ouvem pelos pés, mesmo tendo suas orelhas enormes.

Eles em nenhum momento duvidam do instinto natural. Eles conseguem sentir a vibração de um terremoto, de um tsunami até 12 dias antes e simplesmente fogem. Em que momento paramos de sentir?  Em que momento o nosso instinto foi bloqueado para dar espaço somente para o ver? Para as conclusões absolutas?

Sentir esse pequeno córrego que escorrega por dentro das veias, nos fazendo vivos. Que quando o coração dispara nos faz enrubescer. Ficar quentes ou frios. Como é bom se sentir vivo. Sentir medo, caos ou alegria. Como é feliz aquele que dança a música que toca no seu coração. Ou acolhe seu silêncio. 

Deus tem diversos nomes, mas a forma que ele nos encontra é a mesma, é pelo sentir. Quando sentimos Deus vivo em nós, sabemos. Alguém pode nos falar sobre amor, podem nos falar sobre amor, sobre tristeza e até podem nos contar sobre o dia mais feliz da sua vida. Mas o dia que você sentir, aí sim, você saberá, antes, sequer imagina.

Sentir é o que nos faz únicos. O corpo quente quebrando contra uma onda gelada, um beijo de saudade. Um desafio superado. Uma doença vencida. E eu que nasci com meu coração na ponta do nariz, que lembro das pessoas e dos dias pelos cheiros. Que tenho minha memória associada ao meu olfato, já me peguei chorando no supermercado quando alguém passou um com perfume que lembrava alguém querido. Ou tomar banho com um sabonete e viver uma memória de um carnaval.Com é bom sentir. Não estar anestesiado. Bom sentir a dúvida, as inseguranças. O desejo, o viço e a raiva, que impulsiona tanto a nossa vida.

Sentir os pés cansados e desejar dias de pés descalços. Ouvir o coração em silêncio e sem barulho de som, mas através do nosso sexto sentido, a intuição.

Sinto muito, sinto tanto. Desejo que a gente só sinta, mais. E assim como os elefantes asiáticos, saiba ouvir quando sentir e se precisar fugir, fuja. Se precisar disparar e se precisar voltar, volte. Mas que a gente não paralise pelo tamanho de nossas orelhas, que talvez só sirva para nos abanar ou lembrar de afastar o zumbido das moscas, que orbitam por aí.

Crônicas e histórias cotidianas sensoriais
“Acredito que podemos ler, estimulando mais que um sentido. Por isso, em mais de 18 anos de profissão, me apaixonei pelo processo de escrever levando o leitor a usar além da visão, outros estímulos sensoriais.
marcelamuttoni1@gmail.com

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