Quem é médico e enfermeiro atua na saúde. Quem é jornalista trabalha com informação. Quem é governante/líder tem que cuidar da comunidade. Ops! Estaremos escrevendo besteiras? Atualmente jornalista dá aval para governante, que acha saber mais que médico. Médicos e enfermeiros, que estudaram muito, nada mais são do que jalecos e uniformes brancos usados em campanhas publicitárias.
Não é de hoje este cenário. Não é de hoje esta troca de papéis. Esta confusão de conceitos, funções e obrigações está vindo à tona, porque enfim temos tempo para observar e analisar. Andávamos tão à flor da pele, afogados numa correria de compromissos inadiáveis, que pouco percebíamos as inversões de papel e de valores. Conseguimos aprofundar o olhar e agora enxergamos o que antes era somente névoa.
A vida profissional exige preparo condizente com o quê se quer. Quer ser professora? Estuda pedagogia ou licenciatura. Quer ser dentista? Estuda odontologia. Nos últimos meses têm se a impressão, aqui no Brasil, que muitos dos nossos políticos são pessoas frustradas nas suas vocações.
Opinar sobre ou gerenciar uma pandemia mundial não é coisa para amador. Não é vocação para políticos sem formação profissional e colecionadores de processos judiciais.
Para se tornar médico é preciso estudar muito e dedicar um bom tempo da sua vida a esta formação. A duração mínima do curso de Medicina é de 6 anos. Se quiser seguir uma especialização são, no mínimo, mais dois anos somados a esta conta. Ou seja, são necessários pelo menos 8 anos de estudo pra se tornar um médico especialista. Já um político, para chegar a um cargo eletivo não precisa de formação específica, nem curso superior. A necessidade é uma filiação a um partido político.
E já que estamos numa época de comparações, que tal compararmos estes dois profissionais? Estaria um político brasileiro, dos dias de hoje, preparado para gerenciar uma situação grave de saúde pública, como estamos vivenciando com a disseminação do Covid 19?
Se uma pequena pausa se fez antes de você responder, já é um bom sinal. Você está refletindo.
Estaremos aproveitando o tempo de análise geral para repensar o novo perfil político brasileiro? Um profissional que estude, trabalhe e pense o coletivo como vocação e com profissionalismo. Sim, queremos diplomas, estágios, especializações e certificações reais.
Cansamos de mentiras, analfabetismo social e falta de cuidados. Cansamos de falsos líderes. Os tempos de oportunismo fácil e ostentação barata estão chegando ao fim. Chega de “salve-se quem puder”. A história comprova nossa evolução, como seres humanos, há milhares de anos. Não vamos perde-la agora em 2020. Ou vamos?