A noite de abertura do 53º Festival de Cinema de Gramado foi marcada pela emoção e pelo reconhecimento a um dos maiores nomes do cinema brasileiro no cenário internacional. O ator Rodrigo Santoro foi a grande estrela desta sexta-feira (15) ao receber o troféu Kikito de Cristal no Palácio dos Festivais, uma honraria dedicada a artistas com relevante contribuição para a cinematografia nacional e mundial.
Acompanhado de sua esposa, a atriz e apresentadora Mel Fronckowiak, Santoro subiu ao palco sob aplausos calorosos da plateia. A homenagem celebra seus 30 anos de uma carreira sólida e acontece em um momento simbólico: exatamente uma semana antes de o ator comemorar seu 50º aniversário. “É a primeira vez que recebo um reconhecimento desses no Brasil”, revelou o ator, destacando a importância especial do prêmio.




Em um discurso inspirador, Santoro dedicou a estatueta ao cinema independente brasileiro, onde deu seus primeiros passos em 1996, e ressaltou a natureza colaborativa da sétima arte. “O cinema não se faz sozinho”, afirmou, agradecendo às equipes com quem trabalhou.
Refletindo sobre sua trajetória internacional, o ator falou sobre a universalidade das histórias humanas. “Neste percurso, eu aprendi que fronteiras são mais concretas na geografia. A essência humana, nossas histórias, sonhos e dores são universais. Por isso, tive a oportunidade de trabalhar em outros idiomas e em outras culturas, mas sentia que estava fazendo algo que eu já fazia: encontrar a verdade das personagens, falar sobre o ser humano“, discursou. “Fui levando esta verdade comigo, sempre conectado com o meu DNA, a minha essência e o meu coração, que é absolutamente brasileiro.”
A cerimônia de abertura, que contou com a presença de autoridades, artistas e a apresentação da Orquestra Sinfônica de Gramado, teve seu ápice na entrega do troféu. Antes, durante o dia, Rodrigo Santoro já havia deixado sua marca permanente na história do festival ao eternizar as mãos na Calçada da Fama da cidade, um dos rituais mais tradicionais do evento, em ação da Wert Estada & Co em parceria com a Gramadotur.
Após a homenagem, o público assistiu à exibição do filme de abertura, “O Último Azul”, do diretor Gabriel Mascaro, premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim. O longa, ambientado em uma Amazônia quase distópica, deu início à programação de um dos mais importantes e aguardados eventos do calendário cinematográfico nacional.
Uma ação inédita do Festival de Gramado foi trocar o tradicional Tapete Vermelho por umn inédito Tapete Azul em referência ao filme do ator.