Hotéis de todo Brasil estão estão sem receber pagamentos do site de viagens Hurb, antigo Hotel Urbano, referente a viagens de clientes oriundos das reservas da plataforma.
Muitos empreendimentos de Gramado e Canela estão sem receber desde o começo do ano e já começam a cancelar reservas feitas pelo site e também avisam que não vão mais trabalhar com a Hurb.
Segundo o Sidtur, existem muitas reservas feitas para os próximos meses e os empreendimentos hoteleiros temem não receber. A entidade aconselha os hotéis a receberem os clientes e hóspedes que já tenham hospedagem confirmada.
Inicialmente a justificativa para o atraso seriam mudanças na plataforma.
Por outro lado, a agência de viagens acumula queixas de clientes nas redes sociais. A maioria reclama de problemas com pacotes de viagem, adquiridos na pandemia. Os clientes dizem que até hoje não conseguem fazer a marcação do passeio. Somente no site Reclame Aqui foram registradas 29,5 mil reclamações contra a Hurb.
Em nota divulgada esta semana a direção do Hurb disse que “mobilizou uma força-tarefa para normalizar a situação com cada parceiro no menor prazo possível”.
A informação é que alguns hotéis já começaram a receber parte dos valores esta semana.
Mas um post no LinkedIn do CEO da Hurb, João Ricardo Mendes a polêmica ganhou desdobramentos.
Em um vídeo postado na terça-feira, dia 11, ele ironiza a situação, diz que erros acontecem, especialmente porque ambição da empresa é “muito alta”.

Ele criticou o que chama de “pseudoempresários”, e por fim destacou que o concorrente está a “um clique de distância”.
“ O concorrente está a um clique de distância. Quero que todos se sintam à vontade, se acham que nossa ambição é muito alta, de ir para uma CVC, que amarra cachorro com linguiça há 500 anos. Já considero esse problema resolvido e que venha o próximo.(sic).“
Confira a fala completa do CEO Hurb:
“O ponto é que erros como esse vão acontecer. Se não acontecerem, é aí que estará o problema. Nesses cerca de 14 anos de companhia, quando isso acontece, não podemos começar pensando em tecnologia e depois entender a demanda. Temos de começar com as coisas incríveis, fáceis, além de preço. Pensar onde podemos levar o cliente, o que podemos fazer para tornar a experiência de viagem internacional factível para 150, 180 milhões de brasileiros, não para três milhões. É nisso que penso todo dia. Não quero levar três milhões de pessoas. Quero levar dez. E daqui a pouco o problema vai ser capacidade aérea. Erros serão cometidos, pessoas ficarão chateadas, outras não saberão o que estão falando, mas isso é muito melhor do que como as coisas acontecem em outras companhias, que se dizem à prova de erros e se dizem one trick pony (pônei de um truque só, na tradução literal).
O concorrente está a um clique de distância. Quero que todos se sintam à vontade, se acham que nossa ambição é muito alta, de ir para uma CVC, que amarra cachorro com linguiça há 500 anos (sic). Já considero esse problema resolvido e que venha o próximo. Agora, falar que não vamos cometer erro? Esquece. Vamos cometer muitos. E a gente é do tamanho dos nossos erros.
O Brasil está cheio de pseudoempresários que não possuem ambição sadia, ou coragem. Preferem ficar na zona de conforto, fazer uma empresa, vender ou ‘ficar ali’. Vender empresa, para mim, é derrota. Seria mais uma empresa brasileira para os gringos comprarem. Nosso caminho vai ser o inverso, ou vamos morrer tentando (sic).
Para nós expandirmos, crescermos, atingirmos novos patamares, temos de lembrar que em qualquer negócio o sucesso não é garantido. Temos de tomar decisão já sabendo disso, baseado em dados, fatos e intuição treinada. Só que o mais difícil para essas pessoas entenderem é como encaixar o crescimento da companhia, em uma visão sólida, coesa e ampla, que nos permita faturar 4, 6, 8 bilhões de reais.” “Estou à disposição para falar sempre a verdade. Nosso conselho anterior falava que eu pecava por isso, mas eu acho que não. Por isso não quis terceirizar isso. Pois não terceirizo responsabilidade. No dia que eu fizer isso, me aposento, igual muito pseudoempresário faz. Eu não. Estou aqui trabalhando dia e noite para criar a maior empresa de tecnologia e ciência da América Latina. Se isso vai acontecer ou não o tempo vai dizer. O Hurb existe há muito tempo e sempre fomos criticados, pois entramos literalmente quebrando mercado, para fazer as pessoas viajarem, em um mercado arcaico no qual as pessoas pensam um mês para frente. Nós, não.“