A comunidade de Igrejinha e os familiares de Micael Douglas Müller, de 28 anos, estão em luto e clamam por justiça após a morte do jovem, ocorrida na madrugada de 10 de junho. A ex-namorada de Micael, Nicole Machado, de 29 anos, se apresentou à polícia e confessou ter desferido golpes de faca contra ele, alegando legítima defesa. No entanto, a família de Micael e amigos organizaram protestos e cobram rigor na investigação.
Neste domingo, 22 de junho, um novo protesto reuniu dezenas de pessoas na rotatória da ERS-115, no bairro XV de Novembro, em Igrejinha. A manifestação, que bloqueou parcialmente o tráfego da rodovia com interrupções a cada cinco minutos, foi marcada por faixas e cartazes que pediam justiça e, em uma delas, acusavam Nicole Machado de ter “assassinado brutalmente” Micael.

A mãe de Micael, Célia Müller, expressou sua dor e o desejo por justiça durante o protesto. “Eu só quero justiça, que essa mulher seja presa até aparecer a verdade. A gente está fazendo esse protesto pacífico, ninguém vai fazer bandalheira nem nada. Só quero que ela vá presa até aparecer a verdade. Como mãe, eu peço. Ela está solta na sociedade, isso não pode ficar assim”, afirmou Célia.
A mãe de Micael também relatou a dificuldade de lidar com a perda do filho. “Olha, não está sendo fácil. Meu filho, eu dava bom dia para ele todos os dias. Enquanto ele não me respondia, eu não estava em paz. Eu sei o filho que eu criei. O Micael era uma pessoa doce, todos que conhecem ele sabem. Ela foi uma assassina. Ele se defendeu, se desse uma facada, mas foi seis facadas, então ele não conseguiu se defender”, desabafou.

O Caso e as Investigações
Micael Douglas Müller foi encontrado morto com ferimentos de arma branca na região do tórax. A ex-namorada, Nicole Machado, se apresentou voluntariamente à Delegacia de Polícia de Igrejinha, acompanhada de advogado. Ela relatou ter agido em legítima defesa, após supostamente ter sido agredida e ameaçada de morte dentro da casa do homem.
Em seu depoimento, Nicole afirmou que vinha sendo perseguida por Micael, que não aceitava o fim do relacionamento. Ela havia registrado um boletim de ocorrência por violência doméstica e obtido medida protetiva de urgência em 2 de junho. Contudo, ela relatou ter ido à casa dele após receber diversas mensagens insistentes.
Apesar da confissão, Nicole Machado foi liberada e responde ao processo em liberdade, enquanto a investigação prossegue. O delegado responsável pelo caso, Ivanir Luiz Moschen Caliari, informou que o inquérito segue em andamento para esclarecer todas as circunstâncias.
O advogado da família de Micael, Luiz Fernando Cunha, contestou a versão de legítima defesa, afirmando publicamente que o crime “foi uma execução”. Ele argumenta que a versão da suspeita não é coerente com o conceito jurídico de legítima defesa.
A Delegacia de Polícia de Igrejinha continua apurando o caso, analisando depoimentos, imagens de câmeras de segurança e laudos periciais. Familiares e amigos de Micael cobram que o Ministério Público (MP) e a Justiça deem celeridade ao processo e avaliem com rigor as circunstâncias do crime.