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Guilherme Paulus ataca modelo de multipropriedade em Gramado durante entrevista: “É um conto do vigário”

Em uma entrevista concedida à GZH no último dia 27 de julho, o magnata do turismo e cofundador da CVC, Guilherme Paulus, disparou críticas ferozes contra o modelo de multipropriedade, classificando-o como um “engana-engana imobiliário” e um “conto do vigário“. As declarações, que colocam em xeque um dos setores de maior expansão na região, geraram um maremoto de reações e expuseram uma profunda divisão sobre os rumos do turismo em Gramado e Canela.

A faísca que acendeu o estopim foi a recente decisão da prefeitura de Gramado de impor uma moratória de seis meses para a construção de novos empreendimentos hoteleiros e gastronômicos. Ao comentar a medida, Paulus, que também é proprietário do exclusivo hotel Castelo Saint Andrews na cidade, não mediu palavras para expressar seu apoio à suspensão e direcionar sua artilharia contra o que considera uma ameaça à sustentabilidade do destino.

“Nós temos uma oferta muito grande, nos próximos anos teremos muitas construções e uma oferta que ultrapassa 50 mil leitos para Gramado e Canela”, alertou o empresário. “A posição do prefeito, já tomada no passado, está sendo repetida. Dar uma parada em novas construções. Isso vai resolver boa parte dos problemas.”

Foi ao discorrer sobre o “tipo de turista que se quer” que Paulus desferiu seus ataques mais diretos à multipropriedade, um modelo no qual diversos proprietários detêm uma fração de tempo de uso de um mesmo imóvel. Trazendo à tona exemplos internacionais e nacionais, ele traçou um cenário sombrio. “O mundo já teve problemas, haja visto Miami, e Caldas Novas em Goiás, que tiveram um impacto muito grande com vários hotéis e verdadeiros cemitérios de hotéis abandonados”, afirmou, comparando a situação a uma bolha prestes a estourar.

O empresário detalhou o que considera uma prática predatória: “Isso foi impacto de uma série de empreendimentos feitos que inicialmente se vendia para seis pessoas, depois para doze, 24, 36. Quer dizer: você tem um apartamento de 40 metros quadrados que divide com 36 pessoas. É impossível ter este número. É um ‘engana-engana’ imobiliário.”

Paulus também criticou duramente as agressivas táticas de venda, recentemente coibidas por legislação municipal que proibiu a abordagem de turistas nas ruas. “O número que eles estão oferecendo é um engano muito grande porque depois a pessoa não consegue pagar, toma uma multa e aquele dinheiro fica perdido. Tem várias ações aí no mercado“, disse.

É como eu te falei: como aconteceu em Miami e no Caribe também, estas ofertas. Isso é um alerta que a gente tem dado ao público consumidor e turistas que não caiam neste ‘conto do vigário’. É um negócio muito ruim para a hotelaria e muito ruim para o turismo“, finalizou o empresário.

Um gigante em expansão: Os números que contrapõem as críticas

Enquanto o debate sobre o futuro do turismo em Gramado se acirra, o modelo de multipropriedade, alvo das críticas de Guilherme Paulus, apresenta números superlativos em escala nacional que demonstram sua força e penetração no mercado. Longe de ser uma aposta incerta, o segmento vive um ciclo de expansão robusta, adicionando bilhões ao seu valor geral de vendas (VGV) e pulverizando empreendimentos por todo o Brasil.

Dados do mais recente relatório “Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil” revelam um crescimento de 16,6% no VGV do setor entre abril de 2024 e o mesmo mês de 2025. O valor total saltou para impressionantes R$ 92,6 bilhões, um indicador claro do apetite de investidores e da confiança do consumidor no modelo.

A expansão não é apenas financeira, mas também física. O país ganhou 16 novos complexos de multipropriedade no período, elevando o total para 216 empreendimentos. Essa estrutura representa hoje um universo de 42,5 mil apartamentos e casas de férias, que são divididos em aproximadamente 1,2 milhão de frações comercializáveis. São números que não apenas desafiam a narrativa de um “conto do vigário”, mas que pintam o retrato de um gigante consolidado na indústria do turismo e do mercado imobiliário nacional.

paulus - Acontece Gramado
Guilherme Paulus mostrou insatisfação com segmento de multipropriedades em Gramado e canela. Créditos: Divulgação.
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Ricardo Carneiro
Ricardo Carneiro
18 horas atrás

Muito coeso o dono da CVC que é diretamente impactada negativamente com multipropriedade detonando o modelo…
Mesmo coisa dos Taxistas reclamando dos Ubers….
No começo eu até confesso que por ignorancia era contra, hoje tenho e uso e sou satisfeito.

Welington
Welington
13 horas atrás
Responder para  Ricardo Carneiro

Isso pq a multipropriedades elas tem sua própria agência de viagens e já não iria utilizar a cvc e par ele não é bom ou ele não tem total conhecimento

Rafael Moraes
Rafael Moraes
18 horas atrás

Engraçado que o CEO da CVC trabalhou com COTAS, implantou projetos e teve participação significativa na industria, você deveria deixar de ser ignorante e parcial, e aprender um pouco com ele.

Amanda Nunes
Amanda Nunes
18 horas atrás

A multipropriedade movimenta mais de R$ 28 bilhões por ano só no Brasil e é adotado pelas maiores redes hoteleiras do mundo: Marriott, Hilton, Wyndham, Hyatt, Disney, entre outras.

O modelo é legalizado, regulamentado (Lei 13.777/18) e funciona muito bem para quem viaja com frequência e quer conforto com planejamento.

O que não funciona é desinformação.

Reuther Lincoln
Reuther Lincoln
17 horas atrás

Interessante, quando ele era responsável pelos hotéis Wish, e Prodigy, ele vendia o Exclusive Gest, ele não achava ruim. Onde a pessoa não era dono de nada. Ele só quer mais alguns likes. Porque ele ama a multipropriedade.

Ana Beatriz
Ana Beatriz
17 horas atrás

Muita hipocrisia desse Guilherme Paulus 🙄🤣

Margarida
Margarida
17 horas atrás

A moratória feita pela prefeitura tb é pra Dar uma falsa ideia de que irá conter o crescimento desenfreado da cidade, tal moratória já foi feita outras vezes e não houver alterações no fluxo de obras, apenas acumula projetos para se dar entrada no fim da mesma, e se acumula projetos na véspera da moratória. O plano diretor da cidade deve ser planejado a fim de combater este crescimento, o mesmo teve alterações recentes, mas tais alterações ficaram claras que não funcionou, enquanto não fizerem um plano diretor adequado e fazê-lo cumprir de nada vai adiantar. Não é para parar o crescimento e sim ter um crescimento de excelência.

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