A 37ª edição do Festuris – Feira Internacional de Turismo de Gramado encerrou-se consolidando-se não apenas como a maior plataforma de negócios turísticos da América Latina, mas também como o principal fórum de discussão sobre os rumos do setor. Com um crescimento de 15% em relação a 2024, o evento reuniu mais de 17 mil profissionais, 2.500 marcas e movimentou um volume recorde de R$ 552 milhões em negócios.
Sob o tema “Reimaginando o Amanhã”, a feira, realizada no Serra Park, foi palco de debates cruciais sobre o equilíbrio entre tecnologia e humanização. Paralelamente ao sucesso comercial, que injetou estimados R$ 80 milhões na economia local, o Festuris lançou um movimento simbólico para o futuro da cidade: o “Projeto Hortênsias”, focado no resgate da flor símbolo de Gramado.
O Futuro do Turismo: Afeto e IA
O primeiro dia do Meeting Festuris, que abriu o conteúdo do evento para cerca de 800 pessoas, deu o tom das discussões. O consenso entre os palestrantes é que o turismo do futuro será pautado por vivências profundas e autênticas.
“O turismo do futuro tem cheiro, sabor e afeto”, resumiu Leônidas Oliveira, arquiteto e urbanista. Essa visão foi compartilhada pelo secretário de Turismo do RS, Ronaldo Santini, que, de chimarrão em punho, defendeu a identidade local como o maior ativo de um destino. “Identificamos que nossa maior fortaleza está em valorizar a própria identidade”, afirmou Santini.
Esse “fator humano” foi o ponto central do bate-papo com a ex-ginasta e campeã mundial Daiane dos Santos. “Nossas experiências são feitas por gente. Ao falar em experiência, estou falando de pessoas, de contato, de memórias”, destacou.
Contudo, a tecnologia não foi ignorada. O conselheiro de empresas Roberto Lopes abordou a Inteligência Artificial (IA) como uma ferramenta estratégica para potencializar negócios, personalizar roteiros e gerir demandas, mas alertou: “Não viva sem [a IA], mas não se torne refém”.
Um Resgate da Essência de Gramado
Provando que a valorização da identidade vai além do discurso, o Festuris sediou o lançamento do Projeto Hortênsias. A iniciativa, idealizada pela empresária Beatriz Gehlen, visa reconectar a cidade com seu símbolo maior, cuja história se confunde com o início do turismo local em 1958, com a primeira Festa das Hortênsias.
O projeto, que já plantou e distribuiu mais de 800 mil mudas, integrará a rede de ensino em ações educativas. “Estamos aqui para fazer este plantio da hortênsia, que foi o embrião dos grandes eventos e continuará a ser nossa fonte inspiradora”, emocionou-se Beatriz.
“Esse projeto resgata a história, resgata a essência e, o mais importante, vai ao encontro da base”, completou Eduardo Zorzanello, CEO do Festuris.
Números e Próximos Passos
O sucesso da 37ª edição foi medido pela presença de 64 destinos internacionais, estandes que ampliaram espaços como o Luxury e o LGBT+ (agora incluindo afroturismo e etnoturismo), e iniciativas de sustentabilidade e acessibilidade.
Com o tema de 2025 firmemente debatido, a organização já mira o futuro. Em 2026, o Festuris abordará o tema “Relações reais que constroem o futuro”, aprofundando o diálogo sobre conexões humanas e experiências autênticas — um reflexo direto das discussões que consagraram esta edição histórica.
