É consenso em Gramado e Canela a decepção com o baixo movimento nos últimos 20 dias e na semana de Natal. Cercada de uma grande expectativa, a temporada prometia muito para os empresários do setor hoteleiro, turístico e gastronômico. Era a tão aguardada retomada.
Porém, o que se vê (e se sente), é aquela sensação de “copo meio cheio” pelo pouco fluxo de turistas. Este sentimento muito se explica pela lembrança de tempo pré-pandemia onde a lotação em Gramado e Canela era generalizada durante todo mês de dezembro. Não é o que se vê neste 2022.
Os motivos são muitos. Qualquer avaliação definitiva é precipitada neste momento. Mas alguns fatores como: a reabertura do turismo mundial (muitos estão optando em viajar para o exterior), Eleições, Copa do Mundo, a crise econômica que atinge boa parte dos brasileiros este ano, o baixo poder de compra e os altos valores dos tickets médios aplicados em Gramado e Canela tanto na hotelaria, quanto na gastronomia e atrativos, esta junção pode estar refletindo a baixa procura pelo destino.
Outro fator que penso relevante de ser analisado, é a concorrência de eventos natalinos em centenas de cidades que não davam atenção a esta época até pouco tempo. Se multiplicam casos e viralizam vídeos nas redes de destinos gaúchos, catarinenses e, pelo Brasil afora, com decorações belíssimas e surpreendentes de Natal. Ou seja: programação natalina não é mais “exclusividade”, de Gramado e Canela.
Tudo isso precisa ser digerido, pensado e as estratégias para os próximos devem ser traçadas imediatamente pelas lideranças locais. De preferência em conjunto e sem a costumeira falta de união entre os setores e as cidades. Pensar cada um por si já não bastará mais.
Voltando ao Natal e Réveillon, conversei há pouco com o presidente do Sindtur Serra Gaúcha, Cláudio Souza. Em entrevista ao Acontece, o executivo do Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares, Parques, Museus e Similares da Região das Hortênsias, destaca que a ocupação hoteleira hoje está em 72% para o Natal e Ano Novo.
“Mas, como estamos com mais dez dias, pode chegar a 80%”, afirma Cláudio. Segundo ele, não dá para fazer comparativos com o ano passado pois vários países estavam com as fronteiras fechadas em razão da pandemia.
“É histórico em ano de eleição ter esta baixa, e a baixa também entre o dia 10 e 20 de dezembro são normais em Gramado. Porém, este ano foi um pouco maior. Não podemos julgar o ano por 20 dias. O ano até aqui foi muito bom para o Turismo, o mês de novembro foi um dos melhores dos últimos anos“, fala o executivo.
Ele destaca que é preciso olhar o ano como um todo, sem fazer terra arrasada em cima de 20 dias. “A tendência é melhorar a ocupação nos próximos dias. Para o mês de Janeiro as vendas estão bem também”, revela Cláudio.
O Sindtur já convidou entidades e Poder Público para uma reunião em janeiro, para definição de estratégias e trabalho em conjunto para Gramado planejar o ano. “Trata-se de uma reunião de planejamento, ideias para discutir o futuro de maneira salutar”, finaliza o presidente do Sindtur.