Após 71 anos de emancipação política operando sem um processo licitatório para o transporte coletivo, a Prefeitura de Gramado encerrou na terça-feira (23) um capítulo histórico de incertezas jurídicas e operacionais. A homologação da Gramado Transportes Coletivos (Gramado Turismo) como vencedora do certame projeta uma reestruturação profunda na mobilidade da cidade, com foco em barateamento da tarifa e densidade de rotas.

O novo contrato, que deve ser assinado na abertura de janeiro de 2026, impõe um cronograma rigoroso: a concessionária terá exatos 180 dias para renovar a frota e implementar o centro de controle tecnológico exigido pelo edital.
O fim da “tarifa turística” e a aposta na eficiência
O ponto central da nova concessão é a agressiva redução tarifária. Ao fixar o valor em R$ 4,00, a administração municipal tenta converter o transporte público em uma alternativa viável não apenas para o trabalhador, mas para o fluxo de moradores que sofrem com o adensamento do trânsito local. Para sustentar esse valor, o modelo prevê um ganho de escala sem precedentes na cidade:
- Aporte Logístico: A quilometragem percorrida mensalmente terá um incremento de 51%, saltando para 106 mil quilômetros.
- Oferta de Viagens: O volume de horários disponíveis será mais que dobrado, passando das atuais 1.620 para 3.639 viagens por mês.
Fiscalização e o “Choque de Gestão”
Diferente do modelo atual, a nova estrutura de transporte será submetida a um monitoramento por dados. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Trânsito, a implementação de bilhetagem eletrônica e sistemas de gestão em tempo real permitirá que a prefeitura audite a qualidade do serviço e a emissão de poluentes de forma direta.
A frota também recebe um upgrade físico relevante: 37% dos veículos (9 de um total de 24) passarão a contar com ar-condicionado, atendendo a uma demanda histórica de conforto climático na região.
Com base na homologação do novo contrato, a reestruturação da mobilidade em Gramado apresenta avanços significativos quando comparada ao modelo atual. O ponto de maior impacto para o utilizador é o valor da tarifa, que será fixado em R$ 4,00.
No que diz respeito à capacidade operacional, a frota total terá um incremento de 33%, saltando de 18 para 24 veículos. Esse aumento reflecte-se directamente na oferta de horários: o volume de viagens mensais sofrerá uma expansão de 124%, passando das actuais 1.620 para 3.639 viagens.
A cobertura geográfica também será ampliada, com a quilometragem rodada por mês a subir de 70 mil para 106 mil quilómetros, o que representa um crescimento de 51% na presença do transporte público nas ruas da cidade.




















