O futuro do turismo é sensorial e afetivo, focado em experiências singulares que preservam a história dos destinos. Esse foi o consenso entre os palestrantes do primeiro dia do Meeting Festuris, que iniciou sua programação nesta sexta-feira (7), no Serra Park, em Gramado. O evento, guiado pelo tema “Reimaginando o Amanhã”, reuniu cerca de 800 pessoas para debater o desenvolvimento sustentável do setor.
Os palestrantes de abertura, o arquiteto Leônidas Oliveira e o secretário de Turismo do RS, Ronaldo Santini, destacaram a importância de oferecer vivências profundas. “Viajar é compreender e dar sentido à sua existência a partir da experiência da sua viagem”, disse Oliveira.

Santini reforçou a ideia, usando o chimarrão como exemplo de ritual cultural, e defendeu que a identidade local é o principal ativo de um destino. “Aquilo que muitas vezes escondemos por vergonha ou preconceito passou a ser nosso maior ativo turístico”, afirmou, relembrando ter pensado em abandonar a bombacha ao se mudar para a capital. “Identificamos que nossa maior fortaleza está em valorizar a própria identidade”, concluiu.
A manhã também abordou o impacto da hospitalidade hoteleira na economia, com Cris Mors (Rede Laghetto) e Michel Daros (Abrastur). Além disso, Aline Miranda (Sebrae/SC) apresentou o desafio da criação de novos produtos turísticos, como a Georrota, um roteiro que envolve dois estados, sete municípios e mais de 250 empresas.
Tecnologia a serviço do humano
Um dos destaques do dia foi o bate-papo com a campeã mundial de ginástica artística, Daiane dos Santos. Com mediação de Lu Thomé, a influenciadora esportiva abordou sucesso e turismo, enfatizando o fator humano. “Nossas experiências são feitas por gente. Ao falar em experiência, estou falando de pessoas, de contato, de memórias”, destacou.
A visão foi compartilhada pelo conselheiro de empresas Roberto Lopes, que analisou o uso da inteligência artificial (IA) no setor. Embora a IA possa potencializar negócios, auxiliando na previsão de demanda e personalização de roteiros, Lopes alertou para a importância do equilíbrio: “Não viva sem, mas não se torne refém”.




















